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Escapismo Cinéfilo: Faster, Pussycat! Kill! Kill!

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Em fevereiro do ano passado faleceu um dos grandes ícones do cinema cult e trash: Tura Satana. Ela ficou conhecida por seu emblemático papel de Varla no filme explotation Faster, Pussycat! Kill! Kill! A película de Russ Meyer praticamente inaugurou um estilo de mulher forte, bela e perigosa copiado até hoje em personagens como a Noiva em Kill Bill, Xena e, por que não incluir, a série As Panteras. Transitando por entre gêneros, FPKK é imperdível para todos os apaixonados pelo estilo B, em especial aos fãs dos cineastas como Quentin Tarantino e Robert Rodriguez.

Sinopse:
Em seus carros esportivos e prontas para muita ação, três go-go dancers atravessam o deserto à toda velocidade; Após um racha com um casal ingênuo, Varla mata o rapaz com suas mãos e, para não levantar mais suspeitas, sequestra a garota. Com o auxílio de Rosie e Billie, Varla bola um plano para conquistar uma fortuna escondida em um rancho por um idoso e seus dois filhos. Usando a garota sequestrada como isca, as três strippers tentam seduzir o velho e os filhos com o intuito de encontrar o dinheiro.

Ficha Técnica:
Título Original: Faster, Pussycat! Kill! Kill!
País: Estados Unidos
Gênero: Ação, Comédia e Suspense
Ano: 1965
Diretor: Russ Meyer
Elenco: Todo o elenco pode ser visto AQUI; Os principais são


Tura Satana - Varla


Haji - Rosie


Lori Williams - Billie


Sue Bernard - Linda


Stuart Lancaster - O Velho



Prêmios:
  • Não há registros.

Crítica:
Ladies and gentlemen, welcome to violence, the word and the act. While violence cloaks itself in a plethora of disguises, its favorite mantle still remains... sex. Violence devours all it touches, its voracious appetite rarely fulfilled. Yet violence doesn't only destroy, it creates and molds as well. Let's examine closely then this dangerously evil creation, this new breed encased and contained within the supple skin of woman. The softness is there, the unmistakable smell of female, the surface shiny and silken, the body yielding yet wanton. But a word of caution: handle with care and don't drop your guard. This rapacious new breed prowls both alone and in packs, operating at any level, any time, anywhere, and with anybody. Who are they? One might be your secretary, your doctor's receptionist... or a dancer in a go-go club! 
É com esta narração que a obra cinematográfica começa. O prenúncio a violência faz jus ao que esta por vir, um clássico atemporal e ousado - para a época - onde se mistura humor escrachado, suspense, uma pitada de terror psicológico e voluptuosas mulheres.

Russ Meyer estava distante dos holofotes hollywoodianos quando lançou esta pérola. Conhecido e muitas vezes criticado por seu conteúdo subversivo em filmes - além de possuir uma obsessão descarada por seios fartos - não fugiu de sua forma criativa e trash de dirigir. Fixando-se aí a sua principal contribuição para a contracultura do período. Em um lapso temporal onde o cinema americano experimentava a influência externa, com seus explotation Russ trazia a tona o sexo e a violência conjugados com algumas críticas sociais. Para o FPKK vivenciar o auge cult certos elementos merecem destaque, como o encanto fotográfico do cenário arenoso em franco contraste as roupas mínima e decotadas das garotas, sem falar do abuso das frases feitas, complementado pelo efeito sonoro das cenas e atuações toscas - que, incrivelmente, funcionam bem no clima da película.


Está certo que o contexto do roteiro seja um tanto infundado, entretanto, são nestes ares que surgiram as populares Badass Women: Amazonas em personalidade, sexualidade e atitude. Ainda que Rosie e Billie transitem bem no estilo, é Varla a principal personificação da dominação feminina. Tanto o é que quando ela está na tela torna-se a protagonista absoluta. Tura foi esperta ao patentear o visual marcante da personagem. Abaixo um típico diálogo vixen da maligna stripper:
Kirk: You're a very sick girl. 
Varla: I was healthy enough a half hour ago, or do people look different to you when they're not horizontal?
As atuais mulheres poderosamente perigosas devem renderem-se ao fato de que possuem inspiração - mesmo que longínqua - em Varla. O excelente trabalho de Tarantino & Rodriguez em Grindhouse bebem desta veia, especialmente o segmento À Prova de Morte - homenagem explícita. Ademais, há notícias de uma refilmagem a ser lançada em 2015.

Com tantos fatores Cool, Faster, Pussycat! Kill! Kill! 
nasceu Clássico, sempre será Cult!

Classificação:
   
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Onde Encontrar:
Por ser um filme independente, não é tão fácil de encontrar ele em sites brasileiros; Todavia no Amazon tem-se o DVD do mesmo por Aniversário por $49.99 e na página especializada no trabalho de Russ Meyer é possível comprar o DVD do FPKK por $39.95, além de variações de produtos.  
Amanhã o Faster, Pussycat! Kill! Kill! estará Em Cartaz aqui no blog! O filme completo para assistir online e legendado em português será a atração do final de semana. Vale MUITO a pena conferir.
Trilha Sonora:
Durante o correr da película esbarramos com uma variação de sons jazzísticos acompanhando o ritmo da cena - do suspense ao humor. Contudo, uma canção homônima foi escrita especialmente para a obra, com letra de Rick Jarrard, música de Paul Sawtell e Bert Shefter e cantada por The Bostweeds. Ouça Agora:



Escapismo Cinéfilo: 12 Homens e Uma Sentença

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Adoro quando encontro um trabalho cinematográfico interessado em debater um tema de forma simples e realista. Como já comentei em Sexo, Polêmica e Filmes,  nem sempre o cinema busca entreter, sendo que no aspecto arte de pensamento ousado é que encontra o seu campo mais fértil, tanto na expressão quanto no espaço para discussão. Dentro desta veia fixa-se um dos melhores, mais interessantes e completamente indispensável trabalhos de Sidney Lumet12 Homens e Uma Sentença. É tão fácil julgar de instinto, mas, e julgar com certeza e com ética?

Sinopse:
A trama baseia-se no julgamento de um assassinato, sob pena de morte. Os 12 jurados expõem suas razões para crerem na inocência ou na culpabilidade do acusado. Revisando-se provas, conceitos particulares são revelados e questionados.

Ficha Técnica:
Título Original: 12 Angry Men
País: Estados Unidos
Gênero: Drama
Ano: 1957
Diretor: Sidney Lumet
Elenco: Todo o elenco pode ser visto AQUI; Os principais são


Henry Fonda - Jurado 8


Martin Balsam - Jurado 1


John Fiedler - Jurado 2


Lee J. Cobb - Jurado 3


E.G. Marshall - Jurado 4



Prêmios:
  • Oscar: Indicado as categorias de Melhor Diretor  para Sidney Lumet, Melhor Roteiro Adaptado para Reginald Rose e Melhor Filme .
  • Bafta Awards: Venceu na categoria de Melhor Ator Estrangeiro para Henry Fonda e ainda foi indicado como Melhor Filme.
  • Berlin International Film Festival: Sidney Lumet ganhou o Golden Berlin Bear e o OCIC Award.
  • Blue Ribbon Awards: Vencedor como Melhor Filme Estrangeiro.
  • Bodil Awards:  Vencedor como Melhor Filme Americano.
  • Directors Guild Of America: Indicado para o DGA Award para o diretor Sidney Lumet.
  • Edgar Allan Poe Awards: Ganhou como Melhor Filme.
  • Golden Globes: Indicado nas categorias de Melhor ator drama para Henry Fonda; Melhor ator coadjuvante para Lee J. Cobb; Melhor Diretor para Sidney Lumet e Melhor Filme Drama.
  • Italian National Syndicate os Film Journalists: Sidney Lumet recebeu o Silver Ribbon como melhor diretor estrangeiro.
  • Jussi Awards: Henry Fonda recebeu o Diploma de Mérito como melhor ator estrangeiro.
  • Kinema Junpo Awatds: Vencedor como Melhor Filme em Língua Estrangeira.
  • Locarno International Film Festival: Ganhou Sidney Lumet o Special Mention.
  • National Film Preservation Board: Em 2007 foi selecionado para preservação por ser  "culturally, historically, or aesthetically significant".
  • PGA Awards: Em 1997 foi incluso no PGA Hall of Fame - Motion Pictures.
  • Writers Guild of America: Reginald Rose venceu na categoria de Melhor Roteiro Drama.

Crítica:

Quando esbarramos com alguma notícia anunciando um crime, quantas vezes - mesmo sem ler a matéria em sua integralidade - já condenamos o acusado? Esta condenação é livre de nossas opiniões pessoais, de nossos preconceitos, de nossas vivências? Há como se julgar de forma transparente e unicamente ligada ao fato? Há como se ter certeza absoluta da veracidade? Na ânsia por responder tais Reginald Rose escreveu uma peça para televisão, mais tarde brilhantemente adaptada para o cinema (1957) com o nome 12 Homens e Uma Sentença. Sob a direção inspirada de Sidney Lumet, o roteiro inteligente ganha uma dimensão extraordinária, essencial a todos.

Fugindo das reviravoltas da ação, sem a sanguinolência do terror e distante das lágrimas de um melodrama, a película transcorre de forma racionalmente humana. Em que pese se passe quase que inteiramente dentro de uma sala única - dando a sensação de peça teatral -, não se torna cansativo; Pelo contrário, com uma fotografia baseada em sombras e luzes, ressalta o sentimento das personagens e a maravilha dos diálogos, dando uma força muito particular a obra.


O trabalho de Henry Fonda, jurado 8, como condutor de dúvidas e questionamentos é exemplar. Não apenas demonstra o que seria uma dúvida razoável, como faz cada um - personagem e/ou telespectador - confrontar medos, visões e alicerces capazes de desvirtuar ou solidificar uma escolha. Contudo, não é apenas o jurado 8 que leva a reflexão, um por um daqueles homens e suas ações transforma o contexto do julgamento e da busca por uma verdade - ainda que incompleta.

Muito além de uma visão jurídica, este filme traz a tona o senso ético humano, impondo que cada decisão passa por um crivo moral social e pessoal. Não existe justiça exata, eis que nós não podemos agir imparcialmente. A falibilidade é preceito essencial do homem, por mais que se acredite no contrário. Duvida? Não ouça meus argumentos, assista ao filme.

Classificação:
 

Onde Encontrar:
O filme pode ser adquirido na Saraiva ou na Americanas em ambos na versão DVD e por R$ 12,90. Já no Amazon encontramos a Edição Especial do 50.º Aniversário por $9.99.
Amanhã o 12 Homens e Uma Sentença estará Em Cartaz aqui no blog! O filme completo para assistir online e legendado em português será a atração do final de semana. Vale MUITO a pena conferir.
Trilha Sonora:
Uma vez que a verdadeira graça do filme fixa-se em sua simplicidade combinada a um roteiro certeiro, a trilha sonora é pouco comentada, servindo de pura ambientação. Quase não encontrei informações sobre ela, apenas que foi composta por Kenyon Hopkins. Se alguém tiver algo a acrescentar sobre, não se acanhe! 




Escapismo Cinéfilo: A Princesa e O Guerreiro

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Há alguns dias montei uma lista com 10 filmes que me ajudam a passar aquele clima desesperançoso de "fossa". Entre eles citei a obra alemã A Princesa e O Guerreiro. Apesar de não ser uma película de "digestão instantânea", o trajeto introspectivo de aceitação e perdão faz tudo ganhar uma cor nova. A redenção as vezes precisa de tempo, as vezes precisa de outrem, mas, acontece.

Sinopse:
Após um acidente grave, a tímida enfermeira Sissi passa a procurar seu salvador misterioso, na tentativa de compreender se aquele evento havia interligado a vida dos dois. Bodo, por sua vez, mostra-se um homem violento, criminoso e assombrado por um passado infeliz. Entre repelir e reencontrar, o filme vai traçando uma trajetória inusitada e intimista sobre as duas conturbadas personagens.

Ficha Técnica:
Título Original: Der Krieger und Die Kaiserin
País: Alemanha
Gênero: Drama, Suspense e Romance
Ano: 2000
Diretor: Tom Tykwer
Elenco: Todo o elenco pode ser visto AQUI; Os principais são


Franka Potente - Simone 'Sissi' Schmidt


Brenno Fürmann - Bodo Reimer


Joachim Król - Walter Reimer


Lars Rudolph - Steini


Melchior Beslon - Otto



Prêmios:
  • Camerimage: Indicação para Frank Griebe (fotografia) ao Golden Frog .
  • Choltrudis Award: Indicado nas categorias de melhor diretor para Tom Tykwer e de melhor artiz para Franka Potente.
  • European Film Awards: Indicado ao Audience Award nas categorias de melhor ator para Brenno Fürmann, melhor atriz para Franka Potente e melhor diretor para Tom Tykwer; Além da indicação ao European Film Award para Frank Griebe.
  • Film+: Indicação ao prêmio de melhor edição.
  • German Camera award: Indicado as categorias melhor edição e melhor fotografia.
  • German Film Awards: Vencedor do Film Award in Silver, além de ter sido indicado ao Film Award in Gold nas categorias de melhor atriz para Franka Potente, melhor diretor para TomTykwer e melhor ator coadjuvante para Lars Rudolph.
  • Gijón International Film Awards: Indicado ao Grand Prix Austrias como melhor filme.
  • Golden Trailer Awards: Indicado a melhor música e melhor romance.
  • Guild of German Art House Cinemas: Vencedor como Melhor Filme Alemão.
  • Golden Reel Award: Indicado a melhor edição de som em Filme Estrangeiro.
  • Pula Film Festival: Vencedor do Golden Arena para Tom Tykwer.
  • Satelite Awards: Indicado como Melhor Filme Estrangeiro.
  • Tromsø International Film Festival: Vencedor (Tom Tyker) do Audience Award e do Aurora Award- Special Mention.

Crítica:
Um encontro inesperado pode salvar duas vidas? 
Determinadas escolhas são capazes de alterar um destino? 
Existe destino?

Tom Tykwer - diretor do excelente Corra, Lola, Corra - parece ser encantado com o efeito futuro do hoje. Tanto em "A Princesa e O Guerreiro" quanto em "Corra, Lola, Corra" as situações são as verdadeiras protagonistas do contexto. Entretanto, enquanto neste a influência serve-se de modo frenético e injustificado na busca por um resultado final diferente, naquele o acontecimento altera a visão pessoal de Sissi, aplicada na ânsia por conhecer e compreender a possibilidade que se apresenta de mudança de vida.

Por se tratar de uma película intimista, o grande triunfo em carregar o telespectador para dentro destes clima resta na fotografia com ares pastéis, fugindo de tons fortes, brincando com luz e sobra e adotando uma paleta simples de cinzas, amarelos, verdes e azuis. Bem como na belíssima trilha sonora. Em complementação, as cenas possuem enquadramentos interessantes e uma edição preocupada com o elemento pessoal dos personagens. Ademais, o roteiro oferece soluções inteligentes para representações de culpa, monotonia e sonho.
I had a dream. We were together in my dream. We were brother and sister, mother and father, wife and husband. And... both of us were both.
Entre as atuações há que se destacar o caráter apático e resiliente de Sissi - Fanka Potente - a qual se mostra em constante angústia confortavelmente silenciosa dentro do hospício. Transparece na postura limitada dela o desejo de libertação, tanto que se agarra em sonhos para escapar daquela prisão imposta e sufocante. Por sua vez, Bodo - Brenno Fürman - possuí reações violentas e autodestrutivas, encarando o cotidiano como um lapso fugidio que retorna ciclicamente até um evento passado traumático, sempre em estado de culpa. Ambos buscam a paz.

Não imaginem um romance comum, não imaginem afeto. O clima entre os dois vai se construindo conforme seus muros emocionais esfarelam. A redenção é persistente, e a cena final é uma metalinguagem visual disto. Recomendo este aos que percebem na estranheza dos acontecimentos da existência uma chance de recriar-se. Acidentes de percurso são meros elos.

Classificação:
 

Onde Encontrar:
Apesar de ser um filme relativamente novo, A Princesa e o Guerreiro não é muito fácil de localizar em distribuição nacional, encontrei algumas vendas esgotadas (Livraria Cultura e DVD World); Contudo, é possível a compra de versões usadas no Mercado Imaginário e no Toda Oferta. Só é preciso um certo cuidado para garantir que o produto esteja em boa qualidade.
Amanhã inaugurarei uma nova sessão aqui no blog: Em Cartaz. Todo o final de semana estarei postando um filme disponível em versão online. O primeiro da sessão será A Princesa e o Guerreiro (legendas em inglês) retirado do canal PostTraumaticStress1.

Trilha Sonora:
Com uma trilha sonora especialíssima, as músicas conseguem fazer o telespectador acompanhar o clima  embaçado da película. Destaque maior a fantástica You Can't Find Peace, escrita exclusivamente para o filme. Ouça agora:

You Can't Find Peace - Pale 3 feat. Skin


Autumnal - Arab Strap


Just Another Day - Pale 3 feat. 12 Rounds


Escape (Afraid of No One) - Lou Rhodes


Nothing Really Blue - The Penguin Cafe Orchestra


I'm Sorry - Brenda Lee





Escapismo Cinéfilo: Jesus Cristo Superstar

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Esta é uma daquelas dicas de filmes limitadas a um grupo específico; Ou pelo fato de ser um musical , e/ou pela maneira que traz a história de Jesus Cristo. Distante de ser um trabalho de cunho religioso, o musical Jesus Cristo Superstar, retrata tudo com sabor diferenciado e agarra-se mais ao aspecto humano e revolucionário daquele período. É preciso uma mente aberta e lírica para aproveitar verdadeiramente a visão artística envolvida.

Sinopse:
Oriundo de uma peça, com músicas de nada menos que Andrew Lloyd Webber, Jesus Cristo Superstar relata os últimos dias da vida de Cristo de maneira bem artística e recheada de elementos contemporâneos - de hippies a metralhadoras.

Ficha Técnica:
Título Original: Jesus Christ Superstar
País: Estados Unidos
Gênero: Musical, Histórico e Drama
Ano: 1973
Elenco: Todo o elenco pode ser visto AQUI; Os principais são


Ted Neeley - Jesus Cristo


Carl Anderson - Judas Iscariotes


Yvonne Elliman - Maria Madalena


Barry Dennen - Pôncio Pilatos


Bob Bingham - Caifás



Prêmios:
  • Oscar: Indicado a categoria de Melhor Canção e Melhor Trilha Sonora.
  • BAFTA Film Award: Vencedor na categoria de Melhor Trilha Sonora e indicado nas categorias de Melhor Cinematografia e Melhor Figurino.
  • British Society of Cinamatographers: Vencedor na categoria de Melhor Cinematografia.
  • David di Donatello Award: Vencedor como Melhor Filme Estrangeiro.
  • Globo de Ouro: Indicado as categorias de Melhor Filme Comédia/Musical, de Melhor Ator de Comédia/ Musical para Carl Anderson e para Ted Neeley, de Melhor Atriz de Comédia/ Musical para Yvonne Elliman e de Ator Revelação para Carl Anderson e Ted Neeley.

Crítica:
Nascido pouco depois da peça, o filme traz todos os elementos da época em que foi idealizado: Anos 70. Um musical TODO cantado - se há falas, estas estão inseridas nas canções -, faz uso de diversos elementos teatrais (inclusive os atores) para demonstrar a sua visão artística, e por que não dizer controversa, desta história contada e re-contada por diversas vezes.

Um dos momentos mais bonitos, inclusive a canção em si, reside na dúvida vivida por Cristo antes de cumprir com o seu destino; Os instantes presenciados em Gethsemane são retratados de forma particular na composição de Webber, bem como pela voz com traços de metal de Ted Neely. Confira o trecho:
Then, I was inspired. Now, I'm sad and tired. Listen, surely I've exceeded expectations, tried for three years, seems like thirty. Could you ask as much from any other man? 

Além de conseguir manter o ritmo sem possuir diálogos, ganha pontos pela ambientação - nas ruínas de Jerusalem -, pelo figurino e pelas coreografias; Todos coerentes e no limite do vanguardista/absurdo. As músicas merecem um tópico a parte, já que são belas composições e feitas no estilo ópera-rock bem apelativo para a trama.

A história é trazida conforme os eventos conhecidos da Bíblia. Entretanto, a forma como tais são montados poderá incomodar os mais religiosos; Uma vez que apresenta Judas como um anti-herói afro-descendente, por sua vez, Maria Madalena vem com traços orientais e o Rei Herodes homossexual e cômico. Ao contrário das tradicionais versões, a película debate o ser humano, seus erros, suas dúvidas, suas ambições e seus falsos julgamentos. Os vilões, propriamente ditos, limitam-se a Caifás e Anás. Os outros são vistos com um tom de compaixão.


Desta forma, considero este ser um musical imperdível e único - mais parecido com Hair. Recomendado aos que assistirão com olhos atentos a arte envolvida.

Classificação:

Onde Encontrar:
Na situação específica de Jesus Cristo Superstar, tive a sorte de encontrar o DVD em um "sebo" de filmes por aí pelo valor de R$ 10,00. Contudo, a obra cinematográfica é considerada rara e em sites como Mercado Livre chega até o valor de R$ 115,00. Localizei, no entanto, através do Preço Mania, o site MovieMars.com que teria o filme por R$ 16,06 - vindo dos EUA.

Caso queira assistir trechos on line, o Canal A Diamond in the Rough possui diversas cenas do filme em boa qualidade, mas, não é legendado.

Trilha Sonora:
Escolhi 5 canções para este playlist. Destaco a primeira música que é cantada pelo ator que interpreta Jesus Cristo e fala sobre o seu lado humano, suas dúvidas e seus desejos. Também a segunda, esta interpretada por Judas Iscariotes, retratando os questionamentos quanto a existência de um fator divino. E, por fim, a I don't know how to love him que se trata de uma canção de amor de Maria Madalena para Jesus - linda!

Ouça agora:



Escapismo Cinéfilo: Tese - Morte Ao Vivo

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Os Reality Shows invadiram a telinha. Apesar do conceito parecer "atual", a ideia surgiu ainda na década de 70. Todavia, viu sua expansão nos anos 90. O porquê disto? A simples curiosidade natural de saber um pouco mais sobre a vida alheia. Mas, e quando esta curiosidade não se limita a vida? O mito dos Snuff Films está aí para responder este questionamento. A ânsia por cenas reais mórbidas é tratada de forma inteligente na película de estréia do ótimo Alejandro Amenábar como diretor de longa metragem; Com vocês no Escapismo Cinéfilo...  


Sinopse:
Uma estudante de cinema está escrevendo uma tese sobre a violência audiovisual. Na busca por material, ela depara-se com um fita de vídeo contendo cenas de uma garota sendo torturada. Com a ajuda de um colega logo descobre que se trata de um filme "Snuff". Assim, os dois investigam a origem e os culpados deste.
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Ficha Técnica:
Título Original: Tesis
País: Espanha
Gênero: Terror e Suspense
Ano: 1996
Diretor: Alejandro Amenábar
Elenco: Todo o elenco pode ser visto AQUI; Os principais são


Ana Torrent - Ángela


Fele Martínez - Chema

Eduardo Noriega - Bosco Herranz


Xabier Elorriaga - Castro

Miguel Picazo - Figueroa


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Prêmios:
  • Grand Prize of European Fantasy Film in Silver (1997): Diretor Alejandro Amenábar foi o vencedor.
  • CEC Award (1997): Alejandro recebeu o prêmio como melhor artista revelação.
  • Grand Prize of European Fantasy Film in Silver (19997): Indicação de Alejandro Amenábar(Méliès d'Argent 1997 at Brussels International Festival of Fantasy Film).
  • Goya (1997): Foi vencedor nas seguintes categorias = Melhor Edição para María Elena Sáinz de Rozas; Melhor Filme; Melhor Ator Revelação para Fele Martínez; Melhor Diretor para Alejandro Amenábar; Melhor Direção de Produção para Emiliano Otegui; Melhor Roteiro Original para Alejandro Amenábar e Melhor Edição Sonora para Daniel GoldsteinRicardo Steinberg  e Alfonso Pino; Além da indicação na categoria de Melhor Atriz para Ana Torrent .
  • No Festival de Cinema de Gramado - Golden Kikito (1996): Ganhou na categoria Latina de Melhor Atriz para Ana Torrent; Além de ter sido indicado a categoria Latina de Melhor Filme.
  • Mysfest (1996): Indicado ao prêmio de Melhor Filme.
  • Ondas Awards - Film Award (1996): Alejandro recebeu o prêmio como melhor diretor.
  • Prêmio AEC (1997): Ana Torrent recebeu o prêmio como Melhor Atriz cinema.
  • Sanit Jordi Awards (1997): Recebeu o prêmio concedido pelo público na categoria de Melhor Filme.
  • Valdivia International Film Festival (1997): Alejandro Amenábar ganhou o prêmio do público.
.Crítica:
"Me llamo Ángela, me van a matar..."
Por que a violência extrema em audiovisual atraí tanto público? Esta era a pergunta que a universitária Ángela intentava responder em sua tese para a faculdade de cinema. Dona de uma natureza inquisitiva e longe da morbidez, ela desejava traçar um perfil dos interessados e das influências que estas cenas muito violentas geram na sociedade. Para isto, no entanto, ela precisaria mergulhar no universo hardcore da cinefilia. Como este acesso ao extremo era mais restrito - eis que muitas vezes este "gosto" fora percebido até como uma falha de caráter, por assim dizer - pede auxílio a um professor e a um colega (reconhecido por ter fascínio ao estilo). Partindo deste pressuposto, Alejandro cria um roteiro tão surpreendentemente bem amarrado que quase é de se duvidar que o fez  tendo apenas 23 anos. 

Tratar de snuff - que para quem não sabe são aqueles filmes onde uma morte real é filmada - sem cair numa mesmice e ainda ser capaz de transpirar questionamentos filosóficos não é para qualquer um, e digo isto tanto no quesito criadores quanto telespectadores; Afinal, apesar do filme em si não ser pesado e manter um bom ritmo, causa certo incômodo ao cogitar a trivialidade da vida, além do crescimento da insensibilidade, bem como a compararação com a nossa sociedade de consumo.
Um dos pontos que mais aprecio no filme é que as personagens não são rasas, todas possuem o "bem" e o  "mal" bem delimitados. A dualidade inerente resta muito bem explorada pelo diretor. Exemplo disto são duas cenas que ocorrem na praça de alimentação da faculdade: Num primeiro momento aparece Ángela com seus fones de ouvido escutando música clássica; Cenas mais tarde, ela se mantém na mesa habitual usando os mesmos fones, só que agora os sons são de gritos gravados da maldita fita snuff que encontrou. Ela não consegue parar de ouvi-los. A mesma persona de boa índole é capaz de acessar o seu lado mais sombrio, com asco e fascínio.

As aparências também são uma ótima forma de elucidar as incongruências, sendo que aqui destaco a personagem de Chema. O estudante de cinema é admirador de violência e pornografia, um tanto desleixado e agressivo no trato - aqui a direção de arte acertou em cheio ao montar seu apartamento -, todavia, aos poucos vamos conhecendo o lado mais "doce" dele, como na cena em que ele recita O Aniversário da Infanta de Oscar Wilde. Detalhe, Fele Martínez que arrasou no papel de Chema era estreante. Aliás, todo o elenco foi muito bem escolhido e dirigido.
Para mim, entretanto, o momento que mais me fez refletir foi a seqüência final da película. Sem muitos diálogos e com uma câmera acompanhando os protagonistas resumiu a conclusão pessoal do diretor, sem deixar de levantar outros diversos pontos. Calma, não vou contar ela aqui não...

Só afirmo isto:
Sabe quando acontece aquele acidente na estrada e nossos olhos simplesmente não evitam encarar?
Neste filme você também não irá desviar o olhar.

Classificação:

Onde Encontrar:
Por ser um filme mais antigo e talvez não tão conhecido, encontrei bastante dificuldade em localizar o produto em sites nacionais. Todavia na Amazon é possível encontrar nas seguintes versões:
Trilha Sonora:
Alejandro - genial como ele só - além de escrever e dirigir o filme, compôs sua canção tema homônima; Como não localizei o áudio em específico, coloquei este  vídeo com um trecho do filme aonde é possível curtir bem a música. No mais, ouça agora:


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