Starry Night Over the Rhone
De repente,
Além dos meus olhos,
No absurdo árido,
Com o espírito repleto de sinais,
Apenas pela noite,
Ele permanece.
Todos os sonhos
Desenhados em traços seguros,
Pelo espaço de um segundo
Cruza a meia-noite.
Então,
Pelos olhos meus
O espírito plana.
Quem está pintando o céu agora?
Lembranças do sono.
Sonhos sem realização.
Um céu esmerado
Dele, sem explicar, recebi legendas.
O lugar tinha nome:
Coração.
Voltando para a terra diurna,
Insistindo em abandonar a obra,
Abri-os.
Do meu lado – pelo espaço do infinito –
O pintor sorria,
Sabia ele que para o meu céu havia trazido estrelas.
Falar de Van Gogh é algo até indulgente, considerando que a arte do mesmo é de conhecimento geral e, na sua grande maioria, apreciada. O holandês,que nunca vendeu um quadro seu enquanto vivo, conseguiu o status de imortal com seu trabalho voltado a natureza e seus sentimentos mais profundos.
Seu estilo nem impressionista, nem expressionista, foi marcado pelas variações e evoluções de seu estado mental - uma vez que diagnosticado com perturbações psíquicas graves na época. O artista afirmava que as suas pinceladas praticamente “falavam” sobre o que estava em seu interior, tanto na racionalidade quanto na emoção. Por tal, entendido como pintor pós-impressionista ou pré-expressionista!
Uma das maneiras de compreensão das obras de Van Gogh é a classificação de acordo com diferentes formas de as interpretar; Assim, apresento uma subdivisão retirada do site Memória Virtual:
"- Os primeiros trabalhos: Os desenhos e pinturas tendem a centrar-se nas vidas de camponeses e trabalhadores pobres, além das paisagens desertas nas quais viviam. Vincent teve uma grande admiração pelos trabalhadores do campo, o que retratou nas suas telas. O uso das cores mais escuras pode sugerir uma atmosfera melancólica (“Os Comedores de Batatas”).
- Período em Paris: A ida de Vincent para Paris em 1886 provocou uma profunda mudança, aproximando-o de outros artistas: Monet, Renoir, Degas, entre outros.
- Os “japoneses”: O período durante o qual Vincent pintou no estilo japonês tradicional foi bastante breve.
- Os Retratos e Auto-Retratos: Vincent pintou muitos retratos ao longo da carreira, nomeadamente, os Auto-retratos, quando não podia dispor de modelos. Entre os retratos, encontra-se o famoso “Retrato de Doutor Gachet” (a tela mais cara do mundo). Dos Auto-Retratos, destaca-se o “Auto-retrato Sem Barba”, de 1889, que, em Novembro de 1989, entrou para a galeria dos cinco quadros mais caros do mundo."
Seguem algumas de suas obras:
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Sorrow, 1882 |
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The Potato Eaters, 1885 |
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Portrait Père Tanguy, 1887/8 |
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Terraço do Café à Noite, 1888 |
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Red Vineyards, 1888 |
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O Café à Noite na Place Lamartine, 1888 |
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Doze Girassóis Numa Jarra, 1888 |
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The Room, Outubro de 1889 |
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Vista de Arles, Pomar em Flor, 1889 |
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Starry Night, 1889 |
"Não tenho certeza de nada, mas a visão das estrelas me faz sonhar".