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Quando compreendi o que é o Amor

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Sempre vi o mundo como este lugar onde eu realmente não pertencia.

O título pode até soar pretensioso, como compreender o amor (falo aqui do romântico)? Não há como delimitar o sentimento em uma definição específica, ou mesmo uma manifestação tal que impeça a dúvida. Sei disto. Mas, a percepção pessoal do que seria esta vastidão ilusória que mistura tesão e carinho, esta sim pode ser revelada. O meu instante ocorreu frente ao filme Antes do Amanhecer, ainda nos idos da boa época da Sessão da Tarde.

Se me perguntarem qual o filme que eu considero mais romântico, com certeza seria este. É simples, arreigado a segundos de compartilhamento e reconhecimento pessoal. Poderia definir como: Uma conversa incessante de duas almas. O arrebatamento é construído  na importância das palavras cedidas e recebidas. Para alguns pode ser visto como "sem graça", para mim é a própria definição do que a intensidade significa, um mergulho interno sem pudores.

Celine e Jesse se conhecem no caminho de suas viagens. Cruzaram e arriscaram, mudando o trajeto para que algumas horas fossem vividas juntas. Há uma ousadia nesta ação, nem falo por serem desconhecidos, quando os dois optaram por saltar do trem, não temeram baixar a guarda e revelar-se. O trivial costuma dominar as relações de hoje... Eles tinham um dia, fizeram mais do que muitos fazem em uma vida.

Numa das cenas mais bonitas da película - que é repleta de momentos preciosos - o casal discute sobre o que seria mais importante na vida. Neste diálogo Celine definiu o amor como algo divino, residindo no espaço entre duas pessoas. Em suas palavras: "Se há algo de mágico neste mundo, deve estar na tentativa de compreender alguém, compartilhar algo. Sei que é quase impossível ter sucesso... Mas, quem se importa? A resposta deve estar na tentativa.":


Em que pese hoje viva um momento mais Jesse, querendo alguma coisa além, as pouquíssimas vezes em que me apaixonei - não sou daquelas que faz juras de amor tão facilmente - vi-me como Celine; Buscando  perceber o espaço entre nós dois.

Para mim não é possível falar de amor sem o conforto de "ser eu mesma" e vice-versa. O silêncio é um outro bom indicativo disto, as vezes palavras não valem tanto quanto o estar junto, ao som de Kath Bloom.


Celine e Jesse se perderam durante anos, até se reencontram no Antes do Pôr-do-Sol. Rever os dois e notar que aquela noite sobre as estrelas foi o referencial de amor deles, só me fez acreditar mais e mais de que compreender o sentir assim não era errado. Quem sabe um dia eu tenha a sorte e encontre o que não temo procurar.

Você não pode substituir ninguém... porque todos somos feitos de belos e específicos detalhes.

Escapismo Cinéfilo: Faster, Pussycat! Kill! Kill!

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Em fevereiro do ano passado faleceu um dos grandes ícones do cinema cult e trash: Tura Satana. Ela ficou conhecida por seu emblemático papel de Varla no filme explotation Faster, Pussycat! Kill! Kill! A película de Russ Meyer praticamente inaugurou um estilo de mulher forte, bela e perigosa copiado até hoje em personagens como a Noiva em Kill Bill, Xena e, por que não incluir, a série As Panteras. Transitando por entre gêneros, FPKK é imperdível para todos os apaixonados pelo estilo B, em especial aos fãs dos cineastas como Quentin Tarantino e Robert Rodriguez.

Sinopse:
Em seus carros esportivos e prontas para muita ação, três go-go dancers atravessam o deserto à toda velocidade; Após um racha com um casal ingênuo, Varla mata o rapaz com suas mãos e, para não levantar mais suspeitas, sequestra a garota. Com o auxílio de Rosie e Billie, Varla bola um plano para conquistar uma fortuna escondida em um rancho por um idoso e seus dois filhos. Usando a garota sequestrada como isca, as três strippers tentam seduzir o velho e os filhos com o intuito de encontrar o dinheiro.

Ficha Técnica:
Título Original: Faster, Pussycat! Kill! Kill!
País: Estados Unidos
Gênero: Ação, Comédia e Suspense
Ano: 1965
Diretor: Russ Meyer
Elenco: Todo o elenco pode ser visto AQUI; Os principais são


Tura Satana - Varla


Haji - Rosie


Lori Williams - Billie


Sue Bernard - Linda


Stuart Lancaster - O Velho



Prêmios:
  • Não há registros.

Crítica:
Ladies and gentlemen, welcome to violence, the word and the act. While violence cloaks itself in a plethora of disguises, its favorite mantle still remains... sex. Violence devours all it touches, its voracious appetite rarely fulfilled. Yet violence doesn't only destroy, it creates and molds as well. Let's examine closely then this dangerously evil creation, this new breed encased and contained within the supple skin of woman. The softness is there, the unmistakable smell of female, the surface shiny and silken, the body yielding yet wanton. But a word of caution: handle with care and don't drop your guard. This rapacious new breed prowls both alone and in packs, operating at any level, any time, anywhere, and with anybody. Who are they? One might be your secretary, your doctor's receptionist... or a dancer in a go-go club! 
É com esta narração que a obra cinematográfica começa. O prenúncio a violência faz jus ao que esta por vir, um clássico atemporal e ousado - para a época - onde se mistura humor escrachado, suspense, uma pitada de terror psicológico e voluptuosas mulheres.

Russ Meyer estava distante dos holofotes hollywoodianos quando lançou esta pérola. Conhecido e muitas vezes criticado por seu conteúdo subversivo em filmes - além de possuir uma obsessão descarada por seios fartos - não fugiu de sua forma criativa e trash de dirigir. Fixando-se aí a sua principal contribuição para a contracultura do período. Em um lapso temporal onde o cinema americano experimentava a influência externa, com seus explotation Russ trazia a tona o sexo e a violência conjugados com algumas críticas sociais. Para o FPKK vivenciar o auge cult certos elementos merecem destaque, como o encanto fotográfico do cenário arenoso em franco contraste as roupas mínima e decotadas das garotas, sem falar do abuso das frases feitas, complementado pelo efeito sonoro das cenas e atuações toscas - que, incrivelmente, funcionam bem no clima da película.


Está certo que o contexto do roteiro seja um tanto infundado, entretanto, são nestes ares que surgiram as populares Badass Women: Amazonas em personalidade, sexualidade e atitude. Ainda que Rosie e Billie transitem bem no estilo, é Varla a principal personificação da dominação feminina. Tanto o é que quando ela está na tela torna-se a protagonista absoluta. Tura foi esperta ao patentear o visual marcante da personagem. Abaixo um típico diálogo vixen da maligna stripper:
Kirk: You're a very sick girl. 
Varla: I was healthy enough a half hour ago, or do people look different to you when they're not horizontal?
As atuais mulheres poderosamente perigosas devem renderem-se ao fato de que possuem inspiração - mesmo que longínqua - em Varla. O excelente trabalho de Tarantino & Rodriguez em Grindhouse bebem desta veia, especialmente o segmento À Prova de Morte - homenagem explícita. Ademais, há notícias de uma refilmagem a ser lançada em 2015.

Com tantos fatores Cool, Faster, Pussycat! Kill! Kill! 
nasceu Clássico, sempre será Cult!

Classificação:
   
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Onde Encontrar:
Por ser um filme independente, não é tão fácil de encontrar ele em sites brasileiros; Todavia no Amazon tem-se o DVD do mesmo por Aniversário por $49.99 e na página especializada no trabalho de Russ Meyer é possível comprar o DVD do FPKK por $39.95, além de variações de produtos.  
Amanhã o Faster, Pussycat! Kill! Kill! estará Em Cartaz aqui no blog! O filme completo para assistir online e legendado em português será a atração do final de semana. Vale MUITO a pena conferir.
Trilha Sonora:
Durante o correr da película esbarramos com uma variação de sons jazzísticos acompanhando o ritmo da cena - do suspense ao humor. Contudo, uma canção homônima foi escrita especialmente para a obra, com letra de Rick Jarrard, música de Paul Sawtell e Bert Shefter e cantada por The Bostweeds. Ouça Agora:



Escapismo Cinéfilo: A Princesa e O Guerreiro

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Há alguns dias montei uma lista com 10 filmes que me ajudam a passar aquele clima desesperançoso de "fossa". Entre eles citei a obra alemã A Princesa e O Guerreiro. Apesar de não ser uma película de "digestão instantânea", o trajeto introspectivo de aceitação e perdão faz tudo ganhar uma cor nova. A redenção as vezes precisa de tempo, as vezes precisa de outrem, mas, acontece.

Sinopse:
Após um acidente grave, a tímida enfermeira Sissi passa a procurar seu salvador misterioso, na tentativa de compreender se aquele evento havia interligado a vida dos dois. Bodo, por sua vez, mostra-se um homem violento, criminoso e assombrado por um passado infeliz. Entre repelir e reencontrar, o filme vai traçando uma trajetória inusitada e intimista sobre as duas conturbadas personagens.

Ficha Técnica:
Título Original: Der Krieger und Die Kaiserin
País: Alemanha
Gênero: Drama, Suspense e Romance
Ano: 2000
Diretor: Tom Tykwer
Elenco: Todo o elenco pode ser visto AQUI; Os principais são


Franka Potente - Simone 'Sissi' Schmidt


Brenno Fürmann - Bodo Reimer


Joachim Król - Walter Reimer


Lars Rudolph - Steini


Melchior Beslon - Otto



Prêmios:
  • Camerimage: Indicação para Frank Griebe (fotografia) ao Golden Frog .
  • Choltrudis Award: Indicado nas categorias de melhor diretor para Tom Tykwer e de melhor artiz para Franka Potente.
  • European Film Awards: Indicado ao Audience Award nas categorias de melhor ator para Brenno Fürmann, melhor atriz para Franka Potente e melhor diretor para Tom Tykwer; Além da indicação ao European Film Award para Frank Griebe.
  • Film+: Indicação ao prêmio de melhor edição.
  • German Camera award: Indicado as categorias melhor edição e melhor fotografia.
  • German Film Awards: Vencedor do Film Award in Silver, além de ter sido indicado ao Film Award in Gold nas categorias de melhor atriz para Franka Potente, melhor diretor para TomTykwer e melhor ator coadjuvante para Lars Rudolph.
  • Gijón International Film Awards: Indicado ao Grand Prix Austrias como melhor filme.
  • Golden Trailer Awards: Indicado a melhor música e melhor romance.
  • Guild of German Art House Cinemas: Vencedor como Melhor Filme Alemão.
  • Golden Reel Award: Indicado a melhor edição de som em Filme Estrangeiro.
  • Pula Film Festival: Vencedor do Golden Arena para Tom Tykwer.
  • Satelite Awards: Indicado como Melhor Filme Estrangeiro.
  • Tromsø International Film Festival: Vencedor (Tom Tyker) do Audience Award e do Aurora Award- Special Mention.

Crítica:
Um encontro inesperado pode salvar duas vidas? 
Determinadas escolhas são capazes de alterar um destino? 
Existe destino?

Tom Tykwer - diretor do excelente Corra, Lola, Corra - parece ser encantado com o efeito futuro do hoje. Tanto em "A Princesa e O Guerreiro" quanto em "Corra, Lola, Corra" as situações são as verdadeiras protagonistas do contexto. Entretanto, enquanto neste a influência serve-se de modo frenético e injustificado na busca por um resultado final diferente, naquele o acontecimento altera a visão pessoal de Sissi, aplicada na ânsia por conhecer e compreender a possibilidade que se apresenta de mudança de vida.

Por se tratar de uma película intimista, o grande triunfo em carregar o telespectador para dentro destes clima resta na fotografia com ares pastéis, fugindo de tons fortes, brincando com luz e sobra e adotando uma paleta simples de cinzas, amarelos, verdes e azuis. Bem como na belíssima trilha sonora. Em complementação, as cenas possuem enquadramentos interessantes e uma edição preocupada com o elemento pessoal dos personagens. Ademais, o roteiro oferece soluções inteligentes para representações de culpa, monotonia e sonho.
I had a dream. We were together in my dream. We were brother and sister, mother and father, wife and husband. And... both of us were both.
Entre as atuações há que se destacar o caráter apático e resiliente de Sissi - Fanka Potente - a qual se mostra em constante angústia confortavelmente silenciosa dentro do hospício. Transparece na postura limitada dela o desejo de libertação, tanto que se agarra em sonhos para escapar daquela prisão imposta e sufocante. Por sua vez, Bodo - Brenno Fürman - possuí reações violentas e autodestrutivas, encarando o cotidiano como um lapso fugidio que retorna ciclicamente até um evento passado traumático, sempre em estado de culpa. Ambos buscam a paz.

Não imaginem um romance comum, não imaginem afeto. O clima entre os dois vai se construindo conforme seus muros emocionais esfarelam. A redenção é persistente, e a cena final é uma metalinguagem visual disto. Recomendo este aos que percebem na estranheza dos acontecimentos da existência uma chance de recriar-se. Acidentes de percurso são meros elos.

Classificação:
 

Onde Encontrar:
Apesar de ser um filme relativamente novo, A Princesa e o Guerreiro não é muito fácil de localizar em distribuição nacional, encontrei algumas vendas esgotadas (Livraria Cultura e DVD World); Contudo, é possível a compra de versões usadas no Mercado Imaginário e no Toda Oferta. Só é preciso um certo cuidado para garantir que o produto esteja em boa qualidade.
Amanhã inaugurarei uma nova sessão aqui no blog: Em Cartaz. Todo o final de semana estarei postando um filme disponível em versão online. O primeiro da sessão será A Princesa e o Guerreiro (legendas em inglês) retirado do canal PostTraumaticStress1.

Trilha Sonora:
Com uma trilha sonora especialíssima, as músicas conseguem fazer o telespectador acompanhar o clima  embaçado da película. Destaque maior a fantástica You Can't Find Peace, escrita exclusivamente para o filme. Ouça agora:

You Can't Find Peace - Pale 3 feat. Skin


Autumnal - Arab Strap


Just Another Day - Pale 3 feat. 12 Rounds


Escape (Afraid of No One) - Lou Rhodes


Nothing Really Blue - The Penguin Cafe Orchestra


I'm Sorry - Brenda Lee





Escapismo Cinéfilo: Jesus Cristo Superstar

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Esta é uma daquelas dicas de filmes limitadas a um grupo específico; Ou pelo fato de ser um musical , e/ou pela maneira que traz a história de Jesus Cristo. Distante de ser um trabalho de cunho religioso, o musical Jesus Cristo Superstar, retrata tudo com sabor diferenciado e agarra-se mais ao aspecto humano e revolucionário daquele período. É preciso uma mente aberta e lírica para aproveitar verdadeiramente a visão artística envolvida.

Sinopse:
Oriundo de uma peça, com músicas de nada menos que Andrew Lloyd Webber, Jesus Cristo Superstar relata os últimos dias da vida de Cristo de maneira bem artística e recheada de elementos contemporâneos - de hippies a metralhadoras.

Ficha Técnica:
Título Original: Jesus Christ Superstar
País: Estados Unidos
Gênero: Musical, Histórico e Drama
Ano: 1973
Elenco: Todo o elenco pode ser visto AQUI; Os principais são


Ted Neeley - Jesus Cristo


Carl Anderson - Judas Iscariotes


Yvonne Elliman - Maria Madalena


Barry Dennen - Pôncio Pilatos


Bob Bingham - Caifás



Prêmios:
  • Oscar: Indicado a categoria de Melhor Canção e Melhor Trilha Sonora.
  • BAFTA Film Award: Vencedor na categoria de Melhor Trilha Sonora e indicado nas categorias de Melhor Cinematografia e Melhor Figurino.
  • British Society of Cinamatographers: Vencedor na categoria de Melhor Cinematografia.
  • David di Donatello Award: Vencedor como Melhor Filme Estrangeiro.
  • Globo de Ouro: Indicado as categorias de Melhor Filme Comédia/Musical, de Melhor Ator de Comédia/ Musical para Carl Anderson e para Ted Neeley, de Melhor Atriz de Comédia/ Musical para Yvonne Elliman e de Ator Revelação para Carl Anderson e Ted Neeley.

Crítica:
Nascido pouco depois da peça, o filme traz todos os elementos da época em que foi idealizado: Anos 70. Um musical TODO cantado - se há falas, estas estão inseridas nas canções -, faz uso de diversos elementos teatrais (inclusive os atores) para demonstrar a sua visão artística, e por que não dizer controversa, desta história contada e re-contada por diversas vezes.

Um dos momentos mais bonitos, inclusive a canção em si, reside na dúvida vivida por Cristo antes de cumprir com o seu destino; Os instantes presenciados em Gethsemane são retratados de forma particular na composição de Webber, bem como pela voz com traços de metal de Ted Neely. Confira o trecho:
Then, I was inspired. Now, I'm sad and tired. Listen, surely I've exceeded expectations, tried for three years, seems like thirty. Could you ask as much from any other man? 

Além de conseguir manter o ritmo sem possuir diálogos, ganha pontos pela ambientação - nas ruínas de Jerusalem -, pelo figurino e pelas coreografias; Todos coerentes e no limite do vanguardista/absurdo. As músicas merecem um tópico a parte, já que são belas composições e feitas no estilo ópera-rock bem apelativo para a trama.

A história é trazida conforme os eventos conhecidos da Bíblia. Entretanto, a forma como tais são montados poderá incomodar os mais religiosos; Uma vez que apresenta Judas como um anti-herói afro-descendente, por sua vez, Maria Madalena vem com traços orientais e o Rei Herodes homossexual e cômico. Ao contrário das tradicionais versões, a película debate o ser humano, seus erros, suas dúvidas, suas ambições e seus falsos julgamentos. Os vilões, propriamente ditos, limitam-se a Caifás e Anás. Os outros são vistos com um tom de compaixão.


Desta forma, considero este ser um musical imperdível e único - mais parecido com Hair. Recomendado aos que assistirão com olhos atentos a arte envolvida.

Classificação:

Onde Encontrar:
Na situação específica de Jesus Cristo Superstar, tive a sorte de encontrar o DVD em um "sebo" de filmes por aí pelo valor de R$ 10,00. Contudo, a obra cinematográfica é considerada rara e em sites como Mercado Livre chega até o valor de R$ 115,00. Localizei, no entanto, através do Preço Mania, o site MovieMars.com que teria o filme por R$ 16,06 - vindo dos EUA.

Caso queira assistir trechos on line, o Canal A Diamond in the Rough possui diversas cenas do filme em boa qualidade, mas, não é legendado.

Trilha Sonora:
Escolhi 5 canções para este playlist. Destaco a primeira música que é cantada pelo ator que interpreta Jesus Cristo e fala sobre o seu lado humano, suas dúvidas e seus desejos. Também a segunda, esta interpretada por Judas Iscariotes, retratando os questionamentos quanto a existência de um fator divino. E, por fim, a I don't know how to love him que se trata de uma canção de amor de Maria Madalena para Jesus - linda!

Ouça agora:



Escapismo Cinéfilo: Dublê de Anjo

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Para quem é fã de uma loucura básica, repleta de magia, cores vivas e um "q" de releitura da realidade... este é o seu filme!

Sinopse:
Num hospital ocorre o encontro inesperado da adorável menina Alexandria e do dublê desgostoso da vida Roy Walker. Ele envolve a pequena com uma história fantástica misturando com maestria realidade e sonhos. O universo criado por Roy parece ter respingos de surrealismo e banhando em cores. A amizade que surge não é tão descompromissada quanto o dublê sugere, a sua vida e escolhas passam pelo crivo da menina.

Ficha Técnica:
Título Original: The Fall
País: Estados Unidos/Índia/Reino Unido
Gênero: Musical, Histórico e Drama
Ano: 2006
Diretor: Tarsem Sigh
Elenco: Todo o elenco pode ser visto AQUI; Os principais são


Catinca Untaru - Alexandria



Lee Pace - Roy Walker/Black Bandit

Justine Waddell - Enfermeira Evelyn/Irmã Evelyn


Kim Uylenbroek - Médico/Alexandre, O Grande

Aiden Lithgow - Mensageiro de Alexandre




Prêmios:
  • Academy of Science Fiction, Fantasy & Horror Films, USA: Indicado ao Saturn Award na categoria de Melhor Atriz mirim para a Catinca.
  • Austin Film Critics Association: Venceu na categoria de melhor Cinematografia.
  • Berlin International Film Festival: Vencedor do Crystal Bear - Special Mention para Tarsem Singh.
  • Chicago Film Critics Association Awards: Indicado como melhor Cinematografia.
  • Online Film Critics Society Awards: Indicado como melhor Cinematografia.
  • Sitges - Catalonian International Film Festival: Vencedor como Melhor Filme.

Crítica:
Impossível negar a magia daqueles olhos curiosos, aprisionados entre muros descrentes, dores e lamentos de um hospital. Pupilas que dominam a cena com um charme pueril do tipo inteligente e sapeca. O filme possui entre os seus principais trunfos a protagonista, a fotografia saída de um dos mais loucos sonhos de Dalí, o brilho do cinema mudo da década de 20, além do paralelo contrastante e sereno entre o real e o fantasioso.


A película começa com o flutuar de um bilhete de Alexandria (interpretada pela pequena Catinca Untaru) que destinado a uma das enfermeiras acaba caindo nas mãos de Roy (Lee Pace), o qual está passando por uma fase complicada de sua vida – considerando que além de ter sofrido um acidente em seu trabalho de dublê, deixando-o paralítico, também teve seu coração partido. Assim, corta-se para Alexandria caminhando com probidade por entre os corredores daquele hospital, apresentando aos poucos as mais curiosas personas até encontrar com Roy. O mesmo resolve contar uma história para a menina, que passa a sonhar com cada detalhe da dita.

O que parecia ser uma boa ação, logo beira a maldade, já que por trás da doçura do contador percebe-se a malícia, conduzindo a infante na ânsia de que ela o ajude, sem saber, a cometer suicídio.

A história contada pelo dublê é de uma trama indubitavelmente mágica – explicitando a luta de um grupo de personagens (o indiano, o escravo, o místico, Luigi – especialista em bombas –, Charles Darwin e o Bandido) contra o Governador Odioso. Todas as personagens imaginadas por Alexandria são, convenientemente, interpretadas pelos habitantes do hospital.

Outro ponto que muito favorece ao filme são as interrupções pertinentes de Alexandria durante a história, interferindo e modificando o rumo da fantasia conforme presencia fatos acontecerem na realidade. Ademais, a fotografia da parte “irreal” do filme é algo esplendoroso, incomum, recheada de cores primárias, fortes e intensas. Capazes de fazer qualquer um suspirar perguntando-se: “Estaria diante de uma cena ou de alguma obra de arte?”.

The Fall, dirigido pelo indiano Tarsem Singh (A Cela), apadrinhado por outros dois excelentes diretores: David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button e Clube da Luta) e Spike Jonze (Quero ser John Malkovich e Adaptação), até pode lembrar Peixe Grande, mas ganha no lirismo do desenrolar dos fatos, já que consegue retratar com verdadeira maestria o imaginário de uma criança. Além de possuir algo de pungente que prende o telespectador no exato limiar da realidade e da fantasia.

Ao final, percebe-se a impossibilidade de negar os encantos do mundo que Alexandria faz questão de lançar na tela.

Classificação:


Onde Encontrar:
Por ser uma película mais recente, é possível encontra-la com  certa facilidade nos sites listados abaixo nas seguintes opções:
  • Americanas, em DVD por R$ 24,90;
  • Mercado Livre, em DVD duplo, por R$ 53,20; e
  • Amazon, em DVD por £ 4,49, ou em Blu-Ray por £ 5.00.

Trilha Sonora:
A soundtrack conta somente com a "Symphony No. 7 in A major, Op. 92, II. Allegretto" de Ludwig van Beethoven interpretada pela The Bulgarian Symphony Orchestra, conduzida por Deian Pavlov. Pode parecer estranho, mas, ficou em perfeita harmonia. Ouça agora: