Pois é pessoal, como há tempo que não elaborava por aqui um de meus especiais, resolvi quebrar o jejum com muitos e muitos beijos! De forma similar ao visto na Quinzena Terror do ano passado, irei fazer uma retrospectiva do Beijo na Sétima Arte, passando pelas décadas até a atualidade. Estou planejando um total de 8 posts; Espero que gostem!
Para iniciar, como não poderia deixar de ser, vou falar sobre o primeiro beijo capturado em filme e exibido ao público. Confiram!
Em 1896 foi exibido um filme (The Kiss) com cerca de 47 segundos onde May Irwin e John Rice - gravado durante a última cena do musical teatral The Widow Jones - beijam-se. Algo que parece banal para nós, há época foi uma importante manifestação artística e tecnológica; Vez que a própria captação de imagens em movimento era novidade. Os idealizadores deste momento foram William Heise e Thomas Edison. Graças a sua importância, estas imagens atualmente se encontram preservadas junto ao National Film Registry nos Estados Unidos.
Então fica como sugestão para esse post-kiss o trecho [mais lindo, na minha opinião] do livro "O Jogo da Amarelinha" do Julio Cortazar... para mim ele foi perfeito na definição de um beijo!
“Toco a tua boca, com um dedo toco o contorno da tua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se pela primeira vez a tua boca se entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que a minha mão escolheu e te desenha no rosto, uma boca eleita entre todas, com soberana liberdade eleita por mim para desenhá-la com minha mão em teu rosto e que por um acaso que não procuro compreender, coincide exatamente com a tua boca que sorri debaixo daquela que a minha mão te desenha. Tu me olhas, de perto, tu me olhas, cada vez mais de perto e, então, brincamos de “ciclope”, olhamo-nos cada vez mais perto e nossos olhos se tornam maiores, aproximam-se, sobrepõem-se, e os “ciclopes” se olham, respirando indistintas, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas tuas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se nos teus cabelos, acariciar lentamente a profundidade do teu cabelo enquanto nos beijamos, como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragrância obscura. E, se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu te sinto tremular contra mim, como uma lua na água.”
O ternamente engraçado é que todo o filme é um beijo só. Apenas no final ele se consuma, há um beijo oficial, mas no decorrer da filmagem inteira o casal conversa com as bocas unidas, em preliminares do que, para a época, era praticamente sexo explícito. Que linda a intimidade dessa conversinha ao pé da boca. Beijíssimos e sucesso no sempre adorável blog!
Karla, essa eu não sabia e nem tinha assistido a essa cena. Eu ia sugerir o primeiro beijo interracial que foi entre William Shatner e Nichelle Nichols, mas aí lembrei que vc está abordando os beijos de cinema e não de tv como minha sugestão. Abs!
(Em tempo; relaxa quando topar com meu link e já tiver comentado, não precisa fazer de novo e eu não vou interpretar mal. Sem dúvida eu peguei no pé dos comentaristas vazios. Achei isso infelizmente necessário. Mas jamais pensaria isso de vc e como meus updates andam lentos - muito trabalho - .., enfim fico feliz !! Abs e obrigado!
Simplesmente fantástico Karla! É interessante acompanhar essas coisas; ver como elas evoluíram ... não só na questão das filmagens, mas também na produção, no figurino, e na própria atuação. Uma relíquia!
* O título NASCIDA EM VERSOS é originário de uma poesia escrita por mim.
* Todos os textos aqui postados são de minha autoria, querendo utilizá-los, favor peça e coloque os créditos. Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
Muito legal!
ResponderExcluirSeu conteudo tá cada vez melhor ;D
O bom do seu blog são as aulas de historia!Parabeeens!
ResponderExcluirhttp://juventudeinformada.blogspot.com/
Então fica como sugestão para esse post-kiss o trecho [mais lindo, na minha opinião] do livro "O Jogo da Amarelinha" do Julio Cortazar... para mim ele foi perfeito na definição de um beijo!
ResponderExcluir“Toco a tua boca, com um dedo toco o contorno da tua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se pela primeira vez a tua boca se entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar.
Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que a minha mão escolheu e te desenha no rosto, uma boca eleita entre todas, com soberana liberdade eleita por mim para desenhá-la com minha mão em teu rosto e que por um acaso que não procuro compreender, coincide exatamente com a tua boca que sorri debaixo daquela que a minha mão te desenha.
Tu me olhas, de perto, tu me olhas, cada vez mais de perto e, então, brincamos de “ciclope”, olhamo-nos cada vez mais perto e nossos olhos se tornam maiores, aproximam-se, sobrepõem-se, e os “ciclopes” se olham, respirando indistintas, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas tuas cavernas, onde um ar pesado vai e vem com um perfume antigo e um grande silêncio. Então, as minhas mãos procuram afogar-se nos teus cabelos, acariciar lentamente a profundidade do teu cabelo enquanto nos beijamos, como se tivéssemos a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragrância obscura. E, se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu te sinto tremular contra mim, como uma lua na água.”
Tati:
ResponderExcluirDe tirar o fôlego este trecho....
Amei!!
Interessantíssimo esse Especial...
ResponderExcluirÉ sempre bom relembrar alguma coisa não é verdade?
:)
http://cantinhocomtudo.blogspot.com/
curti o blog retribuindo vist ate mais
ResponderExcluirAdorei o post! Um pouco de romantismo é muito bom!
ResponderExcluirpassa lá?
http://uaimeu10.blogspot.com/
Maravilhoso post, karla...Obrigado, pois você tá trazendo a historia para aqueles que ainda não a conhecem. =]
ResponderExcluirhahaha, sensacional
ResponderExcluirseu blog é mto bom.
que legal o beijo, e o melhor eh a preparação do cara, com o bigode neeh rs
bjao Karla
O ternamente engraçado é que todo o filme é um beijo só. Apenas no final ele se consuma, há um beijo oficial, mas no decorrer da filmagem inteira o casal conversa com as bocas unidas, em preliminares do que, para a época, era praticamente sexo explícito. Que linda a intimidade dessa conversinha ao pé da boca. Beijíssimos e sucesso no sempre adorável blog!
ResponderExcluirKarla, essa eu não sabia e nem tinha assistido a essa cena. Eu ia sugerir o primeiro beijo interracial que foi entre William Shatner e Nichelle Nichols, mas aí lembrei que vc está abordando os beijos de cinema e não de tv como minha sugestão. Abs!
ResponderExcluir(Em tempo; relaxa quando topar com meu link e já tiver comentado, não precisa fazer de novo e eu não vou interpretar mal. Sem dúvida eu peguei no pé dos comentaristas vazios. Achei isso infelizmente necessário. Mas jamais pensaria isso de vc e como meus updates andam lentos - muito trabalho - .., enfim fico feliz !! Abs e obrigado!
ResponderExcluirKarla,
ResponderExcluirjá que o assunto é beijo no cinema, esse do link tb é muito legal:
The Kiss In The Tunnel - George Albert Smith - 1899
Link:
http://www.youtube.com/watch?v=oFrLeBdo-6Q
ou
http://youtu.be/oFrLeBdo-6Q
Bons filmes.
Muito bom o seu blog, Karla. Já virei seguidor. Abraços. www.gilbertocarlos-cinema.blogspot.com
ResponderExcluirAi que legal.... já tinha ouvido falar mais nunca pensei em pesquisar rs
ResponderExcluirAdorei
http://marifriend.blogspot.com
Muito bom, Karla!
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Simplesmente fantástico Karla!
ResponderExcluirÉ interessante acompanhar essas coisas; ver como elas evoluíram ... não só na questão das filmagens, mas também na produção, no figurino, e na própria atuação. Uma relíquia!