Roteirista é a profissão mais ingrata que se pode ter no show business. Todos comentam dos atores e suas atuações surpreendentes, de com o diretor conseguiu montar a trama, da trilha sonora que emocionou, dos efeitos especiais fantásticos, até da edição precisa. Contudo, pouco se fala do roteiro. E, sejamos honestos, sem uma boa história, nada do acima citado faria sentido. Sim, esquecemos de valorizar o essencial.
Desta leva atual de roteiristas, um dos que mais gosto - melhor dizendo, o que mais gosto - é Charlie Kaufman. Ousado, irreverente e insano, consegue destacar-se pela loucura interna que expõe. O universo que cria em seus roteiros é desconfortável a primeira vista, mas, quando nos permitirmos saborear da estranheza, tudo passa a soar próximo e familiar.
Charlie recebeu a sua primeira indicação ao Oscar em 2000, com
Quero ser John Malkovich. Em 2003 foi indicado por
Adaptação, sendo que em 2005 finalmente ganhou o prêmio da Academia
- merecidamente - por
Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças. Seus prêmios e indicações, entretanto, vão muito além, como se pode conferir
AQUI. Não é por menos que artistas como
Meryl Streep, Sam Rockwell, Jim Carey, Kate Winslet, John Malkovich, John Cusack, Nicolas Cage, Philip Seymour Hoffman e mais uma leva surpreendente de artistas interessantes sejam atraídos por seus roteiros.
A frase que está na "cara" da imagem de Kaufman é desta película, a qual relata a história de um diretor de teatro em completo caos. Sua esposa o tendo abandonado, tendo que se mudar para Berlim com a filha e por temor a morte prematura, já que desenvolveu doença misteriosa, resolve criar uma réplica de Nova York aonde realizará a nova peça de teatro de sua Cia. Assim, mergulhando nos detalhes banais do correr dos dias. Existencialista, Insano e Genial.
Meu preferido dele, consegue transmitir uma doçura, mesmo usando um método nada convencional para contar a luta de esquecer um grande amor. Joel descobre que sua amada (Clementine) apagou - literalmente - ele da sua memória, resolve utilizar-se do mesmo método. Todavia, no meio do caminho, ao perceber que queria manter as boas lembranças partilhadas com Clementine, trava uma batalha interna contra o "tratamento". Sensível, Louco e Magnífico.
Colocando-se como o protagonista da trama, Charlie Kaufman cria um filme sobre certo escritor que se viu obrigado a adaptar um livro sobre orquídeas impossível de se transformar em uma película. Assim, perante a total falta de inspiração, res
olve escrever um roteiro sobre 'o livro que não pode ser adaptado', que é justamente a história de Adaptação de verdade. Confuso? Surrealismo total! Destaque para a atuação inesperada de Chris Cooper.
Um jovem irrequieto e bem-sucedido profissionalmente está sendo perseguido por um homem misterioso. Tal homem o apresenta para o mundo instigante e perigoso da espionagem. De um lado, Barris é um produtor de TV bem de vida; De outro, ele é um assassino licenciado dos EUA. A dinâmica criada é muito interessante, com um "q" de paranoia.
Acredito ser o mais fraco trabalho dele. Entretanto, não menos bizarro e interessante. Três vidas se cruzam de forma inusitada: Uma mulher com problemas hormonais (ela possui o corpo coberto com pelos); Um cientista faz testes em ratos e um homem criado na floresta e que desconhece a sociedade.
E foi por aqui que me apaixonei por Kaufman! Sob a direção segura de Spike Jonze, desvenda-se a história de Craig e sua descoberta milionária: Um portal escondido no sétimo e meio andar do prédio onde trabalha. O que há de especial ali? Um caminho que leva direto a mente de John Malkovich. Assim, qualquer pessoa comum pode viver e sentir o que é estar na pele de um ator famoso. Uma estréia bizarra, divertida e inteligente de Charlie como roteirista cinematográfico.
Grata por ser estranhamente próxima de Charlie Kaufman!
Olá.
ResponderExcluirMuito bom!
Destes filmes, eu vi "Quero ser John Malkovich" 9muito bom, bizarro) e Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembrança" (puta filme). Parabéns pela ótima matéria, boa noite.
Denis
Já pensei nisso e cheguei na mesma conclusão, as vezes a história é tão bem feita e as pessoas não vê quem realmente fez a base de tudo, que é o roteirista. Não conheço muito essa área, mas tenho uma certa consciência do que realmente é bom, bem feito.
ResponderExcluirÓtimo blog.
www.maisinterrogacao.blogspot.com
Não conhecia vou pesquisar sobre o mesmo!
ResponderExcluirhttp://blogdocharque.com/
Olá Karla, primeiramente muito obrigada pelo seu comentario no meu blog. SIM e que venha a serenidade da Alma. PRECISO!!! hauahuaha
ResponderExcluirAmei seu blog. AMEI tudo nele. Estilo, conteúdo, formato. Parabéns!!
Dos filmes citados acima o unico que vi foi "Quero ser John Malkovich" - é estranho, complexo, mas muito interessante. E quanto a ser roteirista, de fato, é um nome que nós, espectadores mal vemos. Passarei a prestar mais atenção a eles. :)
Beijoos
Desses filmes não vi nenhum, mas seria bom conhecer algum. Pois só pelo seu pos eu já me encantei!!!
ResponderExcluir:)
Esse filme Brilho Eterno de Uma noite... eu já vi e gostei! Introspectivo!
ResponderExcluirparabens pelo post!
passa lá?
http://uaimeu10.blogspot.com/
nossa, nao conhecia esses trabalhos dele. e realmente nao prestava atenção nos roteiristas, mas vou começar a obsrvar melhor...
ResponderExcluirotimo post!!
Muito bom, Roteiros assim muito me agradam. Lembro que quando vi o Brilho etero sai satisfeito do Cinema, pensando que queria fazer filme assim. agora este Adapitação parece bem legal, lembro quendo saiu nos cinemas aqui, mas nao pude ir. òtimo post mais uma vez Karla
ResponderExcluirDe fato, o roteirista é a peça fundamental de uma produção e sempre passa despercebido e o diretor leva todo reconhecimento.
ResponderExcluirVerdade sem um roteiro bom jamais ouviríamos falar do restante...
ResponderExcluirhttp://marifriend.blogspot.com/2011/08/um-pedaco-da-minha-historia-ate-aqui.html