Livro do Mês: Elogio da Loucura

Continuando mais uma das minhas sessões aqui no blog: Livro do Mês. Para quem não sabe ou é a primeira vez que esbarra com meu espaço - Seja Bem vindo! -, possuo alguns tópicos fixos, como por exemplo: RedescobrindoAlém da ArteFilmografia em Fotos e Outros. Então, para dar um espaço maior a literatura, uma vez  a cada 30 dias, falarei de um livro que lerei neste período. Ou seja, uma obra literária mensal!

Não entendo quando minha vida virou esta loucura que está hoje, com tanta coisa para se fazer e tempo algum para isto - ou seria ao contrário como diria um certo dono de Fábrica de Chocolate -; Mas, transformou-se nesta insanidade desregrada de ordem que está. Assim, não conseguindo uma brecha para ler um novo livro, tirei ontem para reler uma das obras que mais gosto e considero básica para libertar o cansaço mental: 


Principal Atrativo:
Quando se está procurando algo para ler, sempre há um atrativo primário, onde cada pessoa vai buscar o que julga mais interessante para si, para seu momento, para sua visão de vida. Na situação do livro Elogio da Loucura, foi o anúncio de uma amiga que definiu a obra como sendo de tom filosófico evidente, mas, escrita de forma refrescantemente divertida, não sendo superada até hoje. Erasmo de Rotterdam optou por escrevê-la em tom satírico, durante momentos de descontração em uma viagem sua. Realizou todo este seu elogio em breves - e de fácil leitura, digna-se de passagem - 68 capítulos; Qualquer um conseguindo devorar em pouco tempo seus escritos. Ressalta-se que justamente na escolha do brincadeira para a denúncia de males reais, como a ingratidão, a hipocrisia e a intolerância, que o livro mais acerta. 


História:
A Loucura vendo-se fora dos círculos literatos e completamente indignada com a abstenção de elogios a seu respeito, resolve - se ninguém o faz - elogiar-se. Assim, principiam as páginas que possuem por objetivo maior demonstrar o quão presente ela se faz em nossa vida na sociedade. Partindo da própria irreverência cogitada para tal, versa-se sobre diversos aspectos das ações humanas, atraindo sedutoramente o leitor a reflexão de sua interferência recorrente.


Opinião:
Quando eu tinha lá meus 15 anos fui apresentada ao Mundo de Sofia, apaixonei-me de cara com o proposto de trazer a filosofia - muitas vezes tida como assustadora - de forma mais acessível. Mal sabia eu, naquela época, que encontraria numa obra literária publicada em 1511 todos os aspectos irrefutáveis de como tratar assuntos sob uma ótica filosófica, humanista e bem humorada, aplicados por Jostein Gaarder no universo criado para Sofia.
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Ao comprei o livro, oriundo de uma daquelas coleções que reavivam clássicos absolutos da literatura mundial, não sonhava que gostaria tanto. Juro que já li por mais de 5 vezes e não me canso. Provavelmente a culpa disto more no fato de eu não temer a loucura obscurecida de nossos momentos, e sim abraçá-la no limite do permitido. Quem sabe... O certo é que Erasmo conseguiu a proeza de criar uma leitura divertida, construtiva e crítica no tempero certo. 

Ousado, este teólogo cristão argumentou vividamente que a loucura reside nos mais diversos âmbitos da vida em sociedade; A exemplo do casamento, dos filósofos e sua ambição pela verdade, da ciência, das artes, dos governos, dos juristas, da busca pelos prazeres da vida, das tentativas ridículas das mulheres para atrair os homens, da ignorância, da esperança, inclusive, da religião. Sendo que justamente nesta última exemplificação crítica que maior causou incômodo e repercussão há época.A loucura em sua narrativa ressalta a necessidade da fuga dos valores tradicionais e destaca a sabedoria como sendo pejorativa e forçada no âmbito do amadurecimento. 

Enfim, trata-se de uma obra humanista - escrita num período onde o religioso pesava mais - que encanta pela veracidade e força de seus argumentos ainda atuais.
Indispensável e Obrigatória!


Extras:
Publicado durante a Reforma Protestante e criticando alguns aspectos específicos do catolicismo do período, Erasmo foi convidado por Lutero para que se juntasse na construção de uma religiosidade protestante, tendo aquele recusado.

A obra é uma homenagem a Thomas More, autor da Utopia e grande amigo de Erasmo. Basta observar respectivamente a semelhança do título - original em latim - e o nome daquele: Moria (loucura) e More.  



This entry was posted on 29 de jun. de 2011 and is filed under , , . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 . You can leave a response .

10 Responses to “ Livro do Mês: Elogio da Loucura ”

  1. Um brinde a loucura! (Cuspindo o amargo drink)

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  2. Não faz o meu estilo, mas é recomendavel!

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  3. Ainda não tinha ouvido falar nesse livro, mas pelo que lí ele me pareceu ser muito boom :D
    http://cantinhocomtudo.blogspot.com/

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  4. Seu blog ta com um layout otimo e com otimo conteudo!! Parabens!!

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  5. Hmm... Pelo que me parece o livro deve ser bom =)
    Belo blog.

    Bjuuus !

    garotanivel2.blogspot.com

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  6. "O Mundo de Sofia" deveria ser obrigatório nessa idade..rs (também li nos meus 15, 16 )
    Desconhecia por completo a existência desse livro.. Vou procurar, me interessei bastante por tudo o que disse! Acabei de ler "Auto-Engano" de Eduado Giannetti (recomendo!) acho que é hora de um pouco de loucura depois de tantas enganações..rs

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  7. entao, procuro um livro pra ler nas ferias e acho que sua dica me ajudou...
    ja li o mundo de sofia e tbm acho incrivel ^^
    valeu pela dica...
    bj

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  8. Não é o estilo de livro que eu gosto, mas achei interessante dele fazer o leitor ter uma reflexão sobre o que está sendo falado.

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  9. Me comprometi comigo mesma em ler "A arte da guerra" nessas breves férias...

    Se sobrar algum tempinho, vou procurar o livro...

    Valeu pela dica...

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  10. Já ouvi muitos comentários sobre este livro, inclusive, um desses comentários foi de uma amiga minha ( a qual já leu este diversas vezes) Porém, até então, nunca tive tempo pra ler. Confesso que fiquei bem curiosa hahahaha. Será que encontro com facilidade ?

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"Nunca houve no mundo duas opiniões iguais, nem dois fios de cabelo ou grãos. A qualidade mais universal é a diversidade." [ Michel de Montaigne ]

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