Ainda trêmulos do calor diurno,
Ainda teimosos pelo entardecer alaranjado,
Ainda tristes pelo anoitecer vindouro.
Eram notas lançadas ao tempo.
Plumas e paetês compõem o figurino.
Apronta-se para a Sapucaí.
Abre-alas determina o início de mais um espetáculo.
Nem tento escrever como Tom
Da promessa de vida ao coração.
É das águas que encerram o verão.
Sentença da Eterna Salvação
Ou festa para uma boa colheita?
Marcar A data no mês das noivas.
Marcar data para o dia das mães.
Marcar data pra o dia dos trabalhadores.
Marcar a marca do Mês de Maio.
Marcar o M do mês mais mister de batalhas diárias
– Maternidade, casamento, trabalho –
Marcar o m de maio em nossos cotidianos.
“Olha a cobra!” – Grita a sinhazinha.
“Olha a ponte!” – Berra o Sinhozinho.
“Olha Junho!” – Esperneia a meninada.
“Quanta Festa!” – Exclama a moçada.
Toca um forró ‘arretado’.
Em junho não falta alegria.
É festa de São João (Santo Antônio também).
“Olha a Festa Junina!” – Canta Humanidade.
As férias com gosto de morango.
Quero o descanso serrano.
O cheiro de sopa quentinha.
O abraço forte para aquecer.
Um novo sabor povoa o ar.
Um mistério a nunca desvendar.
No mês do cachorro louco.
Trazidos pelo ar anunciatório,
Arcanos de uma sexta-feira treze.
Num vai e vem de acontecimentos,
Eis que meu “bem ou mal-me-quer” já se transformou em “livres ou dominados”.
Diante das comemorações floridas,
Como se pode louvar o que ainda esta para acontecer?
Quem não gosta de algodão-doce?
Quem não adora pique - esconde?
Quem não ama ser criança?
Caindo na lama como se a bronca nunca viesse.
Rindo quando não se devia,
E ainda assim encantando.
Acreditando talvez em fadas,
Quem não desejaria sentir novamente esta mágica sensação de vida?
Mas quem disse que não podemos?
Já sinto o cheiro de verão pousar na minha cútis ansiosa.
Falta um mês para lhe reencontrar,
E retomar nossa paixão de onde estacionamos verão passado.
Quase terminando as aulas.
Quase que me esqueço do mês mais apreensivo do ano.
Eis que a voz no vento recomeça a soar no infinito particular das recordações.
Mais um ano que toma seu rumo,
E nos conduz a um caminho talvez novo,
Só depois do Natal nos damos conta que está chegando à hora da despedida.
E ainda que amemos o sabor da esperança vindoura,
Pesa a nostalgia no coração.