Ultimato

Quais são os motivos que me fazem insistir em você?
Basta-me um olhar,
Uma troca de saudações,
Uma trombada qualquer na rua,
Para remeter meus instintos aos seus.
Sei que lhe disse:
“Vamos ser amigos.”
Não posso,
Nem quero.
Sou sua.
Mas você insiste em não perceber
Ou apenas ignorar.
É provável que esteja louca.
E daí?
Ainda estou presa a sua alma.
Só quero ter-lhe
Ou apagá-lo de vez.
Cansei deste embate emocional.
Vem você e elogia-me.
Fala da minha generosidade,
Dos meus talentos literários,
Da minha inteligência,
Ou mesmo da minha forma de ser.
Idolatra nossa amizade.
Farta estou.
Perceba o que os outros já cogitaram
Que razões cegam-lhe a tal ponto de não me ver de fato?
Serei tão repulsiva assim?
Pouco para os padrões seus?
Ou teme por mim realmente apaixonar-se?
Teme amar-me?
Não me engana
Sei que já notou meu valor,
O fato de que como o que lhe ofereci dificilmente terá,
E daí?
Não sou bem quista por seus lábios,
Apenas amigos.
Clamo para ser sua,
Tanto quanto para esquecê-lo.
Quero conversar consigo
Odeio quando acontece de nossas vidas tocarem-se.
Odeio mais ainda quando ela nos afasta.
Como posso iludir-me com tão pouco?
Ou seria muito?
O que posso dizer,
Fazer,
Para que perceba
Que meu mal
E minha salvação
Residem em você?


Confira o texto também no RECANTO DAS LETRAS.



This entry was posted on 24 de mai. de 2011 . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 . You can leave a response .

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"Nunca houve no mundo duas opiniões iguais, nem dois fios de cabelo ou grãos. A qualidade mais universal é a diversidade." [ Michel de Montaigne ]

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