Da Amizade

Formavam uma grande dupla aquelas duas. Uma tinha mania de ser sarcástica, dura, brusca. A outra era pura doçura, polida, educada. Elas, no entanto, compartilhavam da mesma sina: Nasceram com o riso solto! Só de olhar riam, gargalhavam, soltavam as mágoas. Foi por causa desta maldição que a amizade entre elas surgiu. 

Num dia destes, as duas na mesma palestra, uma em cada canto do recinto ouviu a palavra soar de forma diversa, e da gargalhada não se conteram. Riram-se porta a fora rumo ao envolvimento. Primeiro, cumprimentaram-se. Depois, discutiram sobre as coisas engraçadas da vida, sobre as sérias, sobre o nada e o mundo. Quem olhava perguntava-se: 

“Como podem estas duas, opostos evidentes, estarem conversando?” 

O papo continuou no dia seguinte e no outro e no outro, até transformar-se em algo diário. O que era raso, agora profundo. 

Que dupla aquelas duas: Uma mental, outra emocional. Uma razão, outra sensibilidade. Quem acreditaria se contassem que entre elas muitos sorrisos nasceriam? 

Amizade Verdadeira: Situação que não se escolhe, acontece.

Confira o texto também no RECANTO DAS LETRAS.



This entry was posted on 23 de mai. de 2011 . You can follow any responses to this entry through the RSS 2.0 . You can leave a response .

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"Nunca houve no mundo duas opiniões iguais, nem dois fios de cabelo ou grãos. A qualidade mais universal é a diversidade." [ Michel de Montaigne ]

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